domingo, 28 de outubro de 2018

Pelagiarctos

Apesar desta suposta aparência (os fósseis são fragmentários), Pelagiarctos thomasi não é um leão-marinho, e sim uma "morsa primitiva".

O animal foi descrito em 1988 com base em parte da mandíbula, incluindo alguns dentes. Ainda assim, este fragmento mostrava características que indicavam peculiaridades interessantes: Pelagiarctos seria um superpredador, com mandíbula e dentes reforçados para abater presas grandes (ou seja, um macrófago), como outros pinípedes. Ele foi também inicialmente considerado um Otariidae, membro da família dos lobos-marinhos e leões-marinhos.

Em 2013, um novo fóssil (novamente da mandíbula, desta vez mais completa) ofereceu um entendimento melhor sobre esse mamífero. Os autores constataram que ele foi, na verdade, um tipo de morsa primitiva, divergindo no início da história da família Odobenidae, e não identificaram no novo fóssil especializações de macrófago. Questionaram ainda se as características vistas e inferidas a partir da primeira mandíbula de fato indicam tal dieta específica, e comparando a outros animais, concluíram que provavelmente não. Entenderam, portanto, que Pelagiarctos tinha uma dieta mais generalista do que originalmente se pensou. 

Mesmo sendo claramente semelhante ao holótipo descrito em 1988, a nova mandíbula foi atribuída a Pelagiarctos sp., e não P. thomasi, devido pequenas diferenças - por exemplo, não apresentava a sínfise mandibular fundida, uma das anteriormente supostas especializações de macrófago. 

Ainda que esta seja considerada uma "morsa primitiva", sua aparência é reconstruída um tanto diferente da morsa atual (Obodenus), sem os enormes caninos. Isso reflete o estado basal da espécie dentro de sua família, ainda parecido com o provável ancestral em comum da Odobenidae e da Otariidae. Essa aparência, com caninos "normais", é observada em parentes próximos e conhecidos de fósseis mais completos, como Archaeodobenus ou o recém descrito Titanotaria (a descrição de ambos trás considerações à classificação de Pelagiarctos dentro da família, que é problemática dada a falta do crânio).

Porcelana fria, escala 1:12.












segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Qianzhousaurus

Qianzhousaurus sinensis, um tiranossaurídeo chinês de focinho longo e fino que lhe rendeu o apelido "pinóquio rex". Sua descoberta trouxe um melhor entendimento da classificação de seu parente próximo, o Alioramus, pois constatou-se que estes 2 animais formam um grupo - provavelmente - dentro da Tyrannosauridae: a tribo Alioramini. 

Alioramini pode ser "filogeneticamente posicionada" entre as subfamílias Albertosaurinae e Tyrannosaurinae, e ambas têm representantes com recém descritas impressões de pele escamosa. Se tais impressões demonstram que esses tiranossauros tiveram uma perda/redução das penas herdada de um ancestral em comum, tal adaptação incluiria também os Alioramini. O modelo aqui postado foi, no entanto, planejado para representar um animal com extensa cobertura de penas, e tal conceito foi mantido mesmo após a publicação das impressões de pele dos tiranossauros; levando-se em conta que características perdidas podem ressurgir e que Qianzhousaurus é menor do que tiranossaurídeos os quais temos impressões de escamas (um possível fator apontado para a perda das penas é o gigantismo), estimado em 757 kg para o holótipo (um indivíduo jovem, não sabemos a dimensão que um adulto atingiria), pode-se ainda considerar plausível a aparência aqui retratada.

No artigo em que o Daspletosaurus horneri foi descrito, os autores consideraram Qianzhousaurus como outra espécie do gênero Alioramus (no caso, A. sinensis).

Porcelana fria, escala 1:15.











segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Camptosaurus

Diorama retratando o ornitópode Camptosaurus dispar, do Jurássico Superior da América do Norte. 

Porcelana fria, escala 1:10.