domingo, 22 de setembro de 2019

Sharovipteryx

Sharovipteryx mirabilis, um esquisitíssimo animal conhecido por um único espécime fóssil, quase completo, proveniente do Triássico Superior onde hoje se localiza o Quirguistão. Este arcossauromorfo é notável por suas pernas muito longas e dotadas de membranas/patágios, formando algo como asas triangulares nos membros posteriores.

O animal foi descrito, junto do pterossauro Sordes, por Aleksandr Sharov em 1971. Foi inicialmente nomeado como "Podopteryx", mas como tal nome já era usado tanto para um gênero de inseto quanto para outro de peixe, em 1981 o estranho réptil foi renomeado por Richard Cowen como Sharovipteryx, em homenagem a Sharov.

Em 1987, o fóssil foi reexaminado e redescrito em mais detalhes por Carl Gans, Ilja Darevski e Leonid P. Tatarinov, e esta é a principal publicação referenciada para a reconstrução nesta escultura. Além de dar atenção às medidas e às impressões de pele e escamas, os autores se aprofundaram na distribuição das membranas, corrigindo alguns equívocos da descrição original e buscando entender sua extensão segundo a preservação do fóssil. Por meio de um modelo, o estudo também experimentou a capacidade de planar do animal.

Os membros anteriores não podem ser verificados com precisão pelo fóssil (partes faltam ou foram perdidas na preparação do espécime), que aparentemente não mostra indícios de patágios nos braços. Uma análise mais precisa sobre seu voo planado, que pela primeira vez utilizou-se da aerodinâmica nos testes, aponta, porém, que o animal se beneficiaria de pequenas membranas nos braços, especialmente para dar segurança ao pouso após planar. Dada a imprecisão dessa área no fóssil e os resultados do estudo citado, a reconstrução apresenta o Sharovipteryx com um patágio modesto nos membros dianteiros, ainda que não no formato exato sugerido na publicação.

A coloração retratada busca um padrão apropriado para a camuflagem do dorso em meio a troncos e liquens, e as cores vivas no lado inferior das "asas" imitam folhas secas que caem de árvores, facilitando a discrição do animal visto por baixo ao planar (algo observado nos lagartos voadores Draco, e que pode ter sido vantajoso também ao Sharovipteryx).

Porcelana fria, escala 1:1.











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