domingo, 20 de fevereiro de 2022

Mares do Cambriano - Wheeler Shale

Wheeler Shale, Cambriano Médio onde hoje fica Utah, EUA. Nesse primeiro período do Eon Fanerozóico, a diversidade de vida na Terra explodiu, trazendo seres com formas curiosas e diferentes do que estamos acostumados a ver hoje em dia.

O maior animal da cena (com "gigantes" 30cm de comprimento) se trata de um Peytoia nathorsti, parente do famoso Anomalocaris e, assim como ele, o superpredador do ambiente. Sua presença assusta alguns conodontes Hertzina sp. no canto superior direito, embora estes não sejam sua refeição preferida (Peytoia preferiria presas maiores e bênticas). 

No canto inferior direito, a cianobactéria Morania forma um tapete que cobre o fundo e atrai alguns Wiwaxia corrugata, parentes próximos dos moluscos (talvez moluscos em si) com aparência blindada e espinhosa. Um indivíduo juvenil aparece na cena, ainda desprovido dos "espinhos". Também sobre o tapete e nas rochas próximas estão um par de trilobitas Asaphiscus wheeleri e algumas Naraoia compacta, parentes próximos mas não trilobitas verdadeiras. Outra trilobita, a muito abundante Elrathia kingii, parece no primeiro plano, canto inferior esquerdo, e com diversos indivíduos espalhados nas rochas mais afastadas. No fundo arenoso ainda é visto o verme escavador Ottoia prolifica.

Outros organismos curiosos são as esponjas, aqui representadas por Choia carteri, com aparência de um disco espinhoso e suspenso do fundo por talos, Chancelloria pentactata com seu aspecto de cacto e a esponja menor Diagoniella sp. Além das esponjas, ainda aparecem alguns Sphenoecium wheeleri (primeiro plano e rochas superiores), que são Pterobranchia (invertebrados coloniais) que formam construções de tubos, e a alga Marpolia sp., que cobre algumas rochas com suas mechas filamentosas.

A ilustração é a primeira produzida para o projeto de João Macêdo, que contará histórias sobre a vida na Terra ao longo dos períodos do Eon Fanerozóico. Confira seu projeto, Tales from the Phanerozoic, onde os novos capítulos serão adicionados futuramente.




quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Caminhando com... Dinossauros!

Durante o Cretáceo Superior onde hoje fica Alberta, Canadá, um pequeno bando de Edmontosaurus regalis cruza as margens de um rio, deixando para trás sua trilha de pegadas. Também marcando sua presença no local estão troodontídeos indeterminados, cuja agitação chama a atenção de um dos ornitópodes, e um Albertosaurus que observa os herbívoros de longe.

A ilustração representa a produção de rastros na Formação Wapiti, mostrando as abundantes pegadas Hadrosauropodus, provavelmente produzidas pelo ornitópode E. regalis, e variadas pegadas de terópodes, incluindo as maiores tridátilas (marcando 3 dedos), atribuíveis a tiranossauros, e as didátilas (2 dedos) provavelmente deixadas por troodontídeos.
Não presentes na imagem, mas igualmente notáveis, são rastros de possíveis terópodes ornitomimídeos e pterossauros azhdarquídeos.

A convite e supervisão de Nathan Enriquez e demais autores, tive a honra de ilustrar a cena para acompanhar seu artigo!

Confira a pesquisa na íntegra: