Reconstrução da nova interpretação para o paleoambiente da Formação Crato, Cretáceo Inferior do Nordeste brasileiro, segundo a recém-publicada pesquisa de Alexandre Ribeiro e colegas.
A equipe analisou a literatura à cerca dos fósseis e tentativas anteriores de interpretar esse ambiente, investigou novos fósseis do Konservat-Lagerstätte (depósito com preservação excepcional dos organismos e/ou de seus traços, como tecido mole) Crato, sua distribuição estratigráfica e ecológica segundo a vida desses organismos e seus paralelos modernos em parentes viventes. Diferente das muitas hipóteses anteriores para o paleoambiente Crato, como por exemplos um lago raso e eutrófico, um mangue ou um grande lago profundo, o estudo de Ribeiro e colegas aponta para Crato como uma wetland rasa, lacustre e de alta variação sazonal em um clima semi-árido. Esse ambiente não possui muitos análogos atuais, sendo o mais notável o Lago Chade, na África.
A imagem ilustra os 4 ecótonos inferidos para o paleoambiente (xérico, mesófilo, helófito e aquático) durante 3 condições sazonais que ditam o nível da água. A localização dos organismos reflete sua distribuição nos habitats (exceto para os tetrápodes representados, que não necessariamente se limitam ao ecótono ou estação onde aparecem na imagem), prosperando ou perecendo conforme a cheia e a seca. No cenário aparece também um grande incêndio, fenômeno que impacta diretamente o sedimento devido a queima da matéria orgânica.
Com muito prazer realizei a ilustração a convite e supervisão de Alexandre para acompanhar o artigo!
Acesse abaixo a publicação para conferir a metodologia da pesquisa, a descrição detalhada do paleoambiente e a ilustração em alta resolução entre os materiais suplementares:
Tags dos organismos presentes: Protananas lucenae, Schenkeriphyllum glanduliferum, Endressinia brasiliana, Cariria orbiculiconiformis, Cearania heterophylla, Cratonia cotyledon, Welwitschiaprisca austroamericana, Welwitschiostrobus murili, Welwitschiophyllum brasiliense, Ephedra paleoamericana, Brachyphyllum, B. castilhoi, B. insigne, B. obesum, Araucariaceae, Araucarites vulcanoi, Araucaria cartellei, Araucariostrobus sp., Duartenia araripensis, Tomaxellia biforme, c.f. Williamsonia, Ptilophyllum sp., Frenelopsis sp., Pseudofrenelopsis sp., Ruffordia goeppertii, Araripia florifera, Hexagyne philippiana, Cratosmilax jacksoni, Gondwanagaricites magnificus, Cratolirion bognerianum, Spixiarum kipea, Schizoneura sp., Equisetum sp., Isoetes sp., Klitzchophyllites flabellatus, Pluricarpellatia peltata, Jaguariba wiersemana, Iara iguassu, Stromatolites, Microbial mats, Polygonal mats, Dastilbe crandalli, Susisuchus anatoceps, Tupandactylus imperator, Cratoavis cearensis, Tetrapodophis amplectus, Ludodactylus sibbicki, Lacusovagus magnificens, Coelurosauria indet.
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